Por Fernando Mineiro
As alianças em 2022 devem ter o objetivo não apenas de vencer as eleições mas, acima de tudo, de formar uma maioria estável na sociedade civil e nas instituições - o parlamento entre elas - que possibilite o apoio e a aprovação das medidas que promovam as mudanças necessárias na agenda política, econômica, social e cultural no Brasil.
Arrisco a dizer que, a despeito do acirramento eleitoral já em curso, vencer as eleições não será o mais difícil. O desafio maior será a criação das condições para a implementação de um Programa de Reconstrução Nacional que tire o Brasil do atoleiro em que ele se encontra. E isso só será possível com a formação de uma nova coalizão de forças, com destacada atuação na sociedade e no parlamento em apoio ao governo eleito.
A derrota eleitoral de Bolsonaro em outubro próximo não pode ser confundida com o fim imediato do bolsonarismo, se entendido como uma concepção de mundo presente em amplos setores da sociedade brasileira.
Vencer as eleições não significa abolir a disputa permanente de projetos e rumos que marcam a história de nosso país. O golpe sofrido por Dilma e tudo que veio depois dele estão aí a dar lições a quem quiser aprendê-las.
Por isso, estou ao lado do Presidente Lula em sua verdadeira cruzada em busca do diálogo e da construção de uma frente antibolsonarista nas eleições deste ano. E quero também estar junto a ele depois de vencida a disputa eleitoral, contribuindo para dar sustentação ao nosso governo e ajudando a construir pontes com os diversos setores da sociedade.
Disputamos as eleições porque, mais do que conquistar mandatos, queremos GOVERNAR para mudar a realidade do país. E está mais do que provado que construir alianças para vencer e governar mudando a vida do nosso povo, o Lula sabe fazer como ninguém.
A vitória eleitoral do Lula e de uma bancada parlamentar que dê sustentação ao nosso governo é apenas o primeiro passo para a longa caminhada de reconstrução do Brasil.
Três hipóteses na mesma direção:
1 – Governar é, via de regra, bem mais difícil e complexo do que ganhar eleições.
2 – O esvaziamento tanto do “Bolsonarismo”, como do “Ipiranguismo dos Faria Limers”, pressupõe uma boa governança e a recuperação da legitimidade do PT para uma parcela importante da sociedade brasileira que não é petista de carteirinha, como nós. A bem da verdade, de forma análoga ao que acontece em boa parte deste nosso planeta onde a extrema direita está no páreo...
3 – Alguma autocrítica ao “#PTLá” acima de tudo, é mesmo necessária neste momento.